A palavra “hipnose” muitas vezes evoca imagens de relógios de bolso balançando, pessoas “presas” em um transe profundo ou até cenas de filmes em que segredos são arrancados à força. Essas representações podem ser intrigantes, mas estão longe da realidade.
A hipnose é uma prática séria, baseada em ciência e com aplicações terapêuticas reconhecidas. No entanto, como em qualquer área, há muitos mitos que obscurecem sua verdadeira essência. Vamos desmistificar alguns dos equívocos mais comuns e entender o que realmente acontece durante a hipnose.
Mito 1: “Na hipnose, eu perco o controle sobre mim mesmo.”
Realidade:
Esse é talvez o maior medo das pessoas, mas é completamente infundado. Durante a hipnose, você mantém total controle sobre suas ações e pensamentos. O estado hipnótico é uma experiência colaborativa; o hipnoterapeuta orienta, mas quem decide como participar é você.
Você nunca fará algo que vá contra seus valores ou sua vontade. É como estar em um estado de foco intenso — similar a quando você está absorvido em um bom livro ou filme.
Mito 2: “Só pessoas fracas ou sugestionáveis podem ser hipnotizadas.”
Realidade:
A hipnose não é uma questão de fraqueza ou força mental. Pelo contrário, ela exige concentração e colaboração ativa. Praticamente todas as pessoas podem ser hipnotizadas, desde que estejam dispostas e abertas à experiência.
O que pode variar é o grau de profundidade do transe, algo que depende da disposição individual e do ambiente.
Mito 3: “Hipnose é como sono.”
Realidade:
Embora a palavra “hipnose” venha do grego hypnos, que significa sono, o estado hipnótico é muito diferente de dormir. Durante a hipnose, você está consciente e alerta, mesmo que profundamente relaxado.
Seu cérebro entra em um estado de foco aumentado, permitindo acessar memórias, emoções e soluções de forma mais clara do que no estado habitual.
Mito 4: “Posso ficar preso no transe e não voltar mais.”
Realidade:
Outro mito comum, mas sem fundamento. Não há relatos de pessoas que ficaram “presas” na hipnose. Mesmo sem a orientação do hipnoterapeuta, você sairia naturalmente do estado hipnótico, assim como acorda de um sonho.
O transe é um estado transitório e seguro, que pode ser encerrado a qualquer momento.
Mito 5: “Hipnose é mágica ou mística.”
Realidade:
Embora a hipnose tenha sido associada a práticas esotéricas no passado, ela é amplamente reconhecida como uma abordagem científica e terapêutica. Técnicas modernas de hipnose têm base na psicologia e na neurociência, com aplicações comprovadas em áreas como controle da dor, redução de ansiedade, e mudanças de hábitos.
Por Que Esses Mitos Persistem?
Grande parte dos equívocos sobre a hipnose vem da cultura popular. Filmes, programas de televisão e espetáculos de entretenimento muitas vezes exageram ou distorcem o que realmente acontece durante a hipnose.
Embora o “show de hipnose” tenha seu valor como entretenimento, ele não reflete as práticas terapêuticas que ajudam tantas pessoas a transformar suas vidas.
A Verdade Sobre a Hipnose
A hipnose é uma ferramenta poderosa, mas não é mágica. Ela não “cura” por si só, mas facilita processos de autoconhecimento, mudanças de comportamento e alívio de sintomas. É um convite para acessar as próprias capacidades e abrir caminhos internos que, muitas vezes, nem sabemos que existem.
Ao desfazer esses mitos, podemos olhar para a hipnose com mais clareza, entendendo-a como um recurso acessível, seguro e eficaz.
E você, que mitos sobre hipnose já ouviu?
Por Fabíola Ferrari