DEPENDÊNCIA EMOCIONAL é um tipo de dependência afetiva que ocorre em relações interpessoais – amorosas, amizades, familiares e, pasmem: até em relações de trabalho. Identificamos a dependência emocional em pessoas que tem dificuldade de viver bem sem a figura da qual é dependente, na qual deposita muitas expectativas de completude.
O dependente emocional tem medo de ser rejeitado por seus erros, o que faz com que se sinta incapaz de tomar decisões e se empenhar em realizações sozinho. E precisa, frequentemente, da validação e reconhecimento de outros para realizar seus objetivos.
Precisamos estar vigilantes para identificar os sutis sinais da dependência emocional, que podem se manifestar através dos seguintes comportamentos:
Fazer tudo pelo outro para se sentir aceito e pertencente;
Desinteresse por amizades e relacionamentos além do relacionamento no qual é dependente;
Dificuldade em dizer não/discordar por medo de rejeição/retaliação;
Dificuldade de fazer planos que não envolvam o outro;
Ciúmes exagerados;
Necessidade de atenção;
Possessividade e controle;
Insegurança, entre outros.
A dependência emocional passa por três fases de consciência, e é importante identifica-las.
A primeira delas é a fase em que o indivíduo não consegue ligar os fatos! O outro ou a relação são bastante idealizados, e as dificuldades são encaradas como um teste a vencer.
A segunda fase é aquela em que já há uma certa desidealização do outro. O indivíduo começa a perceber quão difícil, quanta energia despende nessa relação, que geralmente tem abusos, traições, mentiras, desrespeitos e danos, mas ainda não é capaz de ouvir amigos, familiares e colegas que tentam alertá-lo. Muitas vezes rompe os laços saudáveis para manter o doentio. Começam as idas e vindas.
A terceira fase é marcada pela desidealização do outro. O indivíduo já sabe que o outro lhe faz mal, consegue ver o quanto sua vida piorou a partir da relação, mas não consegue sair dela. Mente para si mesmo que o outro vai mudar, que as coisas vão melhorar, e persiste nos ciclos de abusos.
Essas relações podem durar muito tempo e invariavelmente terminam com o descarte pela pessoa tóxica. E quando isso acontece é que o indivíduo se encoraja a lutar por si mesmo. Nem sempre com êxito, afinal as relações de dependência deixam severas sequelas emocionais.
Sufocar sua autonomia e individualidade tornam o indivíduo incapaz de enfrentar a vida de forma independente. Ter consciência de suas dificuldades, e das possíveis causas associadas é o primeiro passo para se livrar da dependência emocional.
Procurar ajuda pode salvá-lo de “morrer e continuar vivendo anestesiado” ao lado do abusador.
Dependência não é amor. Cuide-se!