À Procura de Mim Mesma

Há quase 20 anos atrás, nos idos de 1990, ganhei meu primeiro prêmio em um concurso de redação. Eu contava 15 anos de idade e uma cabeça cheia de histórias e ideias. Naquela época, costumava ler 3 ou 4 livros por mês – de filosofia a contos de fadas. Era praticamente uma compulsão. Se este texto chegar a um de meus professores da época, sei que atestarão a veracidade do fato. Eu amava ler. E escrever! Passava boa parte do tempo entre livros e cadernos, anotando minhas ideias, invenções, poesias… tudo era “escrevível” para mim… E ainda é!

Com o passar do tempo, troquei alguns cadernos pelo Word. E também pelo bloco de notas do meu smartfone. Alguns livros físicos pelos digitais. Mas ainda me entusiasmo com o cheiro das páginas passadas rapidamente. Daquela época, muitas coisas mudaram com a menina que amadureceu, e se tornou mulher. Algo que permanece é a busca pelo conhecimento, e pelo autoconhecimento.

Na verdade, a busca pelo autoconhecimento é a minha grande busca. E lá, nos distantes anos 90, a expressão dessa busca me rendeu o tal do prêmio. Aquilo foi tão importante pra menina que desabrochava em mim! Não pelo prêmio – que, aliás, era o máximo: ter o texto publicado na Gazeta da cidade! Era incrível ser o assunto do momento por ter feito algo bom. Me sentia grande, importante. E “ouvida”, pelas ideias naquele texto concatenadas,
Ganhar aquele primeiro prêmio me deu uma estranha sensação de poder. Jamais experimentara algo semelhante: uma mistura alegria, confiança e frio na barriga! Eu era lida pelas mentes mais privilegiadas que podia alcançar naquela época, e elas me diziam que sim: – entendiam o que eu dizia.
Naquele texto, manuscrito em folhas A4, toda inspiração, força, crença e verdade de uma menina que encontrou o que buscava: seu caminho. Aquelas palavras tramadas cuidadosamente, como a sequência de pontos em um bordado eram o meu melhor, naquele momento, a expressão do meu maior desejo: encontrar-me. Naquele momento, entendi minha missão.

À procura de mim mesma me rendeu prestígio na escola! Mais do que isso, elevou minha autoestima. Um prêmio como espelho foi um bom começo de caminhada. Abracei o sonho de cursar psicologia que pulsava dentro de mim. Depois disso, outras formações, especializações, trabalhos, as viagens pelo mundo, o desbravar de meu próprio mundo, sonhos… e a confiança de que me encontrei revelada no que faço todos os dias, quando me encontro no olhar, palavra, expressão daqueles que chegam a mim procurando por si mesmos.
Inauguro esse blog cheia de esperança na vida, na fé que guia meus instintos de levar a você boas palavras. Que sejam de inspiração, encorajamento, alegria e força, porque entendi que o grande encontro que temos é com a busca!

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Precisamos falar sobre Dependência Emocional

DEPENDÊNCIA EMOCIONAL é um tipo de dependência afetiva que ocorre em relações interpessoais – amorosas, amizades, familiares e, pasmem: até em relações de trabalho. Identificamos a dependência emocional em pessoas que tem dificuldade de viver bem sem a figura da qual é dependente, na qual deposita muitas expectativas de completude.

O dependente emocional tem medo de ser rejeitado por seus erros, o que faz com que se sinta incapaz de tomar decisões e se empenhar em realizações sozinho. E precisa, frequentemente, da validação e reconhecimento de outros para realizar seus objetivos.

Precisamos estar vigilantes para identificar os sutis sinais da dependência emocional, que podem se manifestar através dos seguintes comportamentos:

Fazer tudo pelo outro para se sentir aceito e pertencente;
Desinteresse por amizades e relacionamentos além do relacionamento no qual é dependente;
Dificuldade em dizer não/discordar por medo de rejeição/retaliação;
Dificuldade de fazer planos que não envolvam o outro;
Ciúmes exagerados;
Necessidade de atenção;
Possessividade e controle;
Insegurança, entre outros.

A dependência emocional passa por três fases de consciência, e é importante identifica-las.

A primeira delas é a fase em que o indivíduo não consegue ligar os fatos! O outro ou a relação são bastante idealizados, e as dificuldades são encaradas como um teste a vencer.

A segunda fase é aquela em que já há uma certa desidealização do outro. O indivíduo começa a perceber quão difícil, quanta energia despende nessa relação, que geralmente tem abusos, traições, mentiras, desrespeitos e danos, mas ainda não é capaz de ouvir amigos, familiares e colegas que tentam alertá-lo. Muitas vezes rompe os laços saudáveis para manter o doentio. Começam as idas e vindas.

A terceira fase é marcada pela desidealização do outro. O indivíduo já sabe que o outro lhe faz mal, consegue ver o quanto sua vida piorou a partir da relação, mas não consegue sair dela. Mente para si mesmo que o outro vai mudar, que as coisas vão melhorar, e persiste nos ciclos de abusos.

Essas relações podem durar muito tempo e invariavelmente terminam com o descarte pela pessoa tóxica. E quando isso acontece é que o indivíduo se encoraja a lutar por si mesmo. Nem sempre com êxito, afinal as relações de dependência deixam severas sequelas emocionais.

Sufocar sua autonomia e individualidade tornam o indivíduo incapaz de enfrentar a vida de forma independente.  Ter consciência de suas dificuldades, e das possíveis causas associadas é o primeiro passo para se livrar da dependência emocional.

Procurar ajuda pode salvá-lo de “morrer e continuar vivendo anestesiado” ao lado do abusador.

Dependência não é amor. Cuide-se!

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